Ativista brasileira do Greenpeace tem pedido de fiança negado na Rússia.

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Advogados pediram que ela respondesse em liberdade, mediante fiança.
Justiça russa também negou pedido de fiança a outros 28 ativistas.

A ativista brasileira Ana Paula Maciel, uma das 30 presas na Rússia após um protesto ambientalista  em uma plataforma de petróleo no Ártico, teve o pedido de fiança negado pela justiça russa. Os advogados do Greenpeace tinham feito uma apelação para que Ana Paula pudesse responder ao processo em liberdade.

Além da bióloga gaúcha, outros 28 ativistas também tiveram negados os pedidos de fiança, segundo o Greenpeace A audiência de Ana Paula teve início por volta das 4h30 desta quinta-feira (24).

A Justiça da Rússia informou na véspera que retirou as acusações de pirataria contra o grupo de 28 integrantes da organização ambiental Greenpeace e dois jornalistas, que estão presos desde 18 de setembro.

De acordo com a agência de notícias estatal Itar-Tass, os detidos passaram a responder por vandalismo, que caracteriza comportamento violento, uma punição considerada mais branda.

Segundo a agência France Presse, a pena para esta acusação é de até sete anos de reclusão.

As informações foram divulgadas pelo porta-voz do Comitê de Investigação russo, Vladimir Markin.

O grupo ficou detido no navio Arctic Sunrise, sendo posteriormente conduzido a um tribunal de Murmansk.

Eles foram acusados formalmente pela Justiça russa por pirataria e, se fossem condenados, poderiam cumprir penas de até 15 anos de prisão.

Os ativistas procedem de 19 países: Brasil, Rússia, EUA, Argentina, Reino Unido, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, República Tcheca, Polônia, Turquia, Dinamarca, Finlândia, Suécia e França.

Reação
Logo depois da declaração da justiça russa, o Greenpeace Internacional divulgou nota informando que os “28 ativistas e dois jornalistas não são piratas, tampouco vândalos”.

De acordo com o comunicado, a acusação é igualmente absurda e pode render até sete anos de cadeia.

“Isso é nada mais que um atentado ao direito de protesto pacífico. Aqueles corajosos ativistas foram ao Ártico armados unicamente com o desejo de levar luz à atividade imprudente de exploração de petróleo na região. Eles deveriam estar com suas famílias, não em uma prisão em Murmansk”, diz a nota.

Ainda segundo a organização, a nova acusação será contestada, assim como aconteceu com as acusações de pirataria. “Ambas são acusações fantasiosas, sem qualquer relação com a realidade”, complementa a organização no comunicado.

Boicote à audiência internacional
Ainda nesta quarta, o ministério das Relações Exteriores da Rússia divulgou que vai boicotar a audiência do Tribunal Internacional do Direito do Mar sobre a apreensão do barco do Greenpeace e a detenção dos tripulantes.

“A parte russa informou a Holanda e ao Tribunal Internacional do Direito do Mar que não vai participar no processo”, informou a agência Ria-Novosti. O governo também criticou o procedimento de arbitragem iniciado pela Holanda, segundo o qual os dois países devem nomear “árbitros” que ficariam responsáveis por encontrar uma solução para o caso.