A nova capa da revista ‘New Yorker’ traz a imagem cinematográfica do King Kong agarrado pelas pernas ao topo do Empire State Building.
No lugar do gorila, entretanto, está Anthony Weiner, um dos principais pré-candidatos à prefeitura de Nova York, que na semana passada se viu, não pela primeira vez, envolvido pelos efeitos de um escândalo sexual.
Pré-candidato à Prefeitura de Nova York, Anthony Weiner perde popularidade após se envolver em novo escândalo sexual |
A capa da revista mostra em suas mãos a câmera de um smartphone, provavelmente preparada para capturar imagens obscenas e enviar a diferentes mulheres pela internet, velho hábito do democrata, que após virar escândalo em 2011 o fez renunciar ao cargo de deputado, prometendo nunca mais trair sua mulher, que na época estava grávida.
Weiner, porém, voltou a procurar relações adúlteras na rede em 2012, comportamento que agora, após seu retorno à vida política, foi denunciado por um site de fofocas.
Enquanto rascunhava a capa da ‘New Yorker’ na semana passada, a preocupação do artista que a desenhou era se o pré-candidato ainda estaria na disputa quando a publicação fosse às bancas nesta semana.
Weiner anunciou ontem que se recusa a abandonar a corrida, mas as pesquisas o balançaram.
Após a revelação do novo escândalo, o levantamento Marist Poll mostra Weiner agora com 16% das intenções de voto, ante 25% na medição feita no final de junho. A concorrente Christine Quinn ficou com os 25% da liderança.
Na capa da revista “New Yorker”, Anthony Weiner é retratado como King Kong, em referência a denúncia de escândalo sexual |
A pressão para que ele abandone a campanha começou nos editoriais de jornais como ‘New York Times’ e ‘Wall Street Journal’ e nos apelos do “New York Daily News” e do “New York Post”. No final de semana, vozes experientes de Washington endossaram a saída.
‘Ele não será o prefeito de Nova York. Está perdendo tempo. É hora de ir embora’, disse em entrevista à TV NBC David Axelrod, que arquitetou a campanha vencedora do presidente Barack Obama.
A ex-porta-voz de Bill Clinton Dee Dee Myers disse à CBS que a família Clinton preferiria que Weiner deixasse a disputa. ‘Eles não estão felizes em ver essa história estampada nas capas dos jornais.’
A repercussão do caso tem frequentemente relembrado o deslize do ex-presidente com a estagiária Monica Lewinsky em 1998, quando Hillary apoiou o marido publicamente, assim como fez Huma Abedin, mulher de Weiner, que também saiu em defesa do companheiro e tem ligações políticas e pessoais profundas com a ex-secretária de Estado.
Diferentemente de Abedin, Danny Kedem, o chefe da campanha de Weiner, o abandonou nos últimos dias, no que foi considerado um forte golpe, faltando cerca de um mês para as eleições primárias que escolherão o concorrente à sucessão.
O mote da campanha, que pede ‘uma chance’, foi reforçado no comunicado enviado ontem aos eleitores com a assinatura do pré-candidato.
‘Eu sabia que viriam revelações sobre o passado de minha vida privada para me constranger. Mas acredito que o cidadão está mais interessado nas propostas que podem mudar suas próprias vidas. Vou continuar a liderar o debate sobre ideias para a classe média.’