Um integrante do principal órgão negociador entre os insurgentes do Talibã e o governo do Afeganistão, Arsalá Rahmani, foi assassinado neste domingo (13) a tiros em Cabul, informou um membro do Conselho de Paz ao qual o homem pertencia.
Rahmani fazia parte do grupo de ex-líderes talibãs que tinham se unido aos esforços negociadores impulsionados pelas autoridades de Cabul e conduzia o diálogo para a transferência para prisões afegãs de presos talibãs nas mãos dos EUA.
O crime aconteceu de manhã (hora local) quando o homem ia para seu escritório no oeste da capital afegã. Ele foi baleado por três desconhecidos de dentro de um carro. Eles conseguiram fugir, segundo o porta-voz da polícia de Cabul, Hashmat Stanikzai.
O homem, que foi vice-ministro de Educação no governo do mulá Omar, se uniu ao Conselho de Paz desde sua criação em 2010 e era uma das principais vias de aproximação entre o atual Executivo e a cúpula talibã, pouco disposta a negociar com Cabul.
A mostra mais evidente dessa rejeição ao órgão negociador afegão foi o assassinato mediante um atentado suicida do chefe do Conselho, o ex-presidente Burhanudin Rabbani, em setembro do ano passado, em sua residência da capital afegã.
Os talibãs se mostraram sempre reticentes a negociar com o governo presidido por Hamid Karzai, a quem consideram uma marionete dos interesses estrangeiros no país.