O presidente do Mexico, Enrique Peña Nieto, ordenou a remoção do titular da Procuradoria Federal do Consumidor (Profeco), Humberto Benítez, depois que a filha deste provocou o fechamento de um restaurante da Cidade do México porque não lhe deram uma mesa.
Embora Benítez não tenha ordenado nem participado do incidente, registrado no último dia 26 de abril em um restaurante da capital mexicana, Peña Nieto decidiu removê-lo de seu cargo “por considerar que este caso prejudicou a imagem e o prestígio da instituição”, anunciou na quarta-feira o secretário de governo, Miguel Ángel Osorio.
O caso, conhecido popularmente no México como “Lady Profeco”, causou polêmica pelo uso indevido das influências políticas e motivou uma ordem do líder para que se investigassem os fatos, o que provocou a suspensão de quatro funcionários da Profeco.
A decisão tem como fim “evitar que se vulnere a autoridade e eficácia da Profeco perante práticas que atentam contra os direitos dos consumidores do país”, apontou Osorio em mensagem aos meios de comunicação.
Além disso, a remoção “envia uma mensagem clara a todos os servidores públicos”, que, além de “cumprir nossas funções dentro do marco da lei, estamos obrigados a desempenhá-las com ético e absoluto profissionalismo”, declarou.
Trata-se da primeira baixa da equipe de Peña Nieto, que assumiu a presidência no último dia 1º de dezembro com enormes desafios, entre eles melhorar a eficácia da administração pública e lutar contra a corrupção em todos os níveis de governo.
O incidente aconteceu no último dia 26 de abril quando negaram uma mesa para Andrea Benítez no restaurante porque já tinha sido reservada por outras pessoas.
Após várias ameaças da jovem, chegaram ao lugar funcionários da Profeco que colocaram selos de suspensão das atividades do restaurante perante a surpresa dos donos do local.
Após uma investigação dos fatos, a Secretaria da Função Pública anunciou em 9 de maio a suspensão temporária dos quatro funcionários “que ordenaram e participaram da visita de verificação” sem cumprir “os requisitos mínimos de urgência” que justificassem essa operação, e isentou Humberto Benítez da culpa.
Após assegurar que Benítez não teve responsabilidade administrativa no incidente, o ministro Osorio reconheceu hoje sua “ampla e profissional trajetória” em diferentes ordens de governo e em responsabilidades legislativas.
Humberto Benítez tinha se desculpado publicamente pelo incidente, mas argumentou que nesse dia estava se recuperando de uma cirurgia de quadril e que tinha sido informado depois da realização da operação.