Depois de mais de um ano de espera, operação foi marcada para este mês.
Moradora de Guarujá sofre com dores e por ser confundida com grávida.
A jovem de 24 anos, moradora de Guarujá no litoral de São Paulo, que está há cerca de um ano com um cisto no ovário, conseguiu marcar a cirurgia que resolverá o problema. O caso só começou a avançar quando foi publicado em uma rede social e várias pessoas se propuseram a ajudá-la. Por conta da doença, a barriga da paciente cresceu tanto que ela é constantemente confundida com uma mulher grávida.
A balconista Gislaine Barbosa da Silva conta que fez uma consulta com um ginecologista no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, e o profissional agendou a operação de retirada do cisto. “O médico examinou todos os meus exames, confirmou que é caso de cirurgia e já marcou a data. Vai ser no dia 17 de maio”, revela.
Gislaine, que não aguenta mais as dores nas pernas e na barriga, além do desgaste psicológico de ser confundida a todo momento com uma mulher grávida, está muito animada e não vê a hora de voltar a ter uma vida normal. “Estou muito feliz. É um alívio enorme. Tirei um peso das minhas costas”, diz.
Mesmo com o sofrimento pelo qual tem passado há cerca de um ano, a jovem acredita que aprendeu lições que vai levar para o resto da vida e que a tornarão um ser humano melhor. “Me sinto uma outra pessoa. Sei que vou mudar completamente, 100%, e para melhor. Apesar de tudo o que aconteceu, tem o lado positivo. Vou me cuidar mais, jamais vou adiar ou deixar de ir ao médico. Esse é o recado que eu quero deixar para as pessoas. Por favor, se cuidem, para que não aconteça o que ocorreu comigo”, conclui Gislaine.
O caso
Gislaine Barbosa da Silva, de 24 anos, está há cerca de um ano com um cisto no ovário esquerdo e, até esta semana, não havia conseguido atendimento satisfatório na rede pública de saúde para solucionar o problema. A paciente alega que foi tratada com descaso por vários médicos que a atenderam durante esse tempo.
A jovem é balconista e tem uma filha de dois anos. Ela conta que passou a desconfiar que havia algum problema em fevereiro de 2012, quando notou que a barriga começou a crescer, e não parou mais. Além das dores físicas, principalmente no abdômen e nas pernas, Gislaine também sofre com as brincadeiras e o fato de sempre a confundirem com uma mulher grávida.
Ela só fez a primeira consulta em novembro de 2012, em Guarujá. Em seguida, foi encaminhada para o Hospital Guilherme Álvaro, em Santos onde, segundo ela, passou por vários médicos que a trataram com desdém, sem conseguir resolver seu problema.
A situação só começou a melhorar quando sua prima, a auxiliar administrativa Flávia Cesar Amaral, postou uma foto dela em uma rede social na internet, juntamente com um texto explicativo. Várias pessoas se dispuseram a ajudar, inclusive médicos, até que, esta semana, conseguiu marcar a cirurgia para a retirada do cisto.
Cisto
De acordo com especialistas, os cistos ovarianos são frequentes nas mulheres em idade reprodutiva e, na maioria das vezes, são achados em exames ginecológicos de rotina. Os cistos volumosos, que alcançam diâmetros superiores a 15 centímetros, são mais raros, mas existem. Nessa condição, as dores são comuns, devido à compressão nos órgãos vizinhos, e há um aumento do volume abdominal, muitas vezes confundido com gestação, no caso esse cisto de 23 centimetros mostra a se3melhança de uma gravidez.
Outro lado
Por meio de nota divulgada pela sua assessoria de imprensa, o Hospital Guilherme Álvaro esclarece que não procede a informação de que a paciente não recebeu atendimento adequado na unidade. O hospital afirma que ela foi atendida e avaliada em todas as ocasiões em que compareceu ao local, foi encaminhada para outras especialidades, de acordo com os resultados das avaliações. Ainda segundo a nota, a paciente foi atendida na última segunda-feira (29) por um ginecologista, quando foi pedido um exame de ultrassom, que está agendado para a próxima semana, na própria unidade. O hospital informa, ainda, que todos os profissionais são orientados a tratar os pacientes com respeito e cordialidade. Tal orientação será reforçada. A unidade se coloca à disposição da paciente para quaisquer esclarecimentos.